Wednesday, May 28, 2008

Quique's First Interview


Quique Flores gave his first extensive interview to Portuguese Daily "A Bola". The following is a transcription of the interview, which can be found in today's print edition of "A Bola"

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«Não conheço nenhum alpinista que comece a escalada pelo cume»

VALÊNCIA – Seduzido e apaixonado pelo desafio Benfica, o treinador espanhol escolhido por Rui Costa para reconduzir os encarnados aos êxitos revela-se em estado puro. Sabe jogar com as palavras e tem o cuidado de não elevar demasiado as expectativas. Garante, apenas, uma equipa muito competitiva para atacar títulos...
Como tem vivido estes primeiros dias como novo treinador do Benfica, confirmada e anunciada a sua contratação no passado sábado?

— Com muita ilusão e com muita paixão também. Eu, e o meu corpo técnico, temos a intenção de rentabilizar e profissionalizar ao máximo toda a estrutura do futebol e essa é também a intenção e objectivo do presidente Vieira e de Rui Costa. Só assim conseguiremos, todos juntos, devolver ao Benfica os títulos. Tenho a certeza de que vamos fazer coisas muito interessantes no clube e no futebol português.

- Sentia já o apelo do trabalho diário de um clube. Ou, como dizemos em Portugal, tinha já saudades da adrenalina do futebol a sério? Passaram-se seis meses desde a sua saída, julgo que dolorosa, do Valência...

- Sim, faltava-me um desafio assim. A verdade é que vivi com muita intensidade cinco anos como treinador. Sempre com novos desafios, objectivos cada vez mais ambiciosos... Agora, neste período de ausência, descansei o suficiente, recompilei ideias suficientes sobre o meu trabalho, vi muito futebol no estádio e na televisão e estudei muito. Estou com ânimo renovado para recomeçar.

- Sente-se melhor treinador depois da experiência que viveu no Valência?

- O desafio do Valência foi extremamente duro. Não só pela exigência, que é comum a qualquer clube grande, mas pela sua envolvência, com tudo o que rodeava e envolve o clube. Nesse particular, as coisas foram muitos difíceis. Mas, agora que posso fazer o balanço dessa experiência, não tenho dúvidas de que consegui superar as dificuldades. Foram dois anos em que o modelo de jogo, os jogadores e alguns aspectos dos jogos estiveram em permanente análise. Por todos. Dirigentes, adeptos e jornalistas. Também por isso, senti necessidade de rodear-me dos melhores profissionais e orgulho-me da equipa a que dei rosto.

Objectivos à altura da história do clube

- O desafio de treinar o Benfica e de tentar reconduzir o clube aos títulos é o mais importante da sua ainda curta carreira?

- É mais um passo, muito importante e aliciante. Como foi treinar o Getafe pela primeira vez na sua história na I Divisão ou, mais tarde, ter assumido o Valência. Gosto de projectos de grande responsabilidade. No Getafe, o objectivo era a manutenção e tentar criar uma estrutura sólida que permitisse, como se verificou, o crescimento do clube, revelando novos talentos e sempre que possível com um futebol atractivo para a afición.

- Seguiu-se o regresso a Mestalla...

- A passagem para o Valência, um clube onde tinha passado como jogador, é um salto de qualidade que exige outra forma de estar com o balneário, na relação com jogadores internacionais, jogadores de elite. São desafios diferentes. No Benfica será algo parecido. É um dos grandes clubes europeus, um nome conhecido e respeitado em todo o Mundo que conta sempre com jogadores de elite. Neste caso, há que definir objectivos desportivos à altura da história do clube.

- A história do Benfica escreve-se com vitórias e título nacionais e europeus, o que não tem acontecido nos últimos anos. Está consciente de que é preciso ganhar? É isso que os adeptos lhe vão exigir...

- Todos queremos ganhar e não há quem o deseje mais do que eu. Mas devemos ser coerentes e cumprir a nossa tarefa com prudência. O presidente e Rui Costa têm ideias muito claras sobre o que é preciso fazer para recolocar o Benfica no topo. Vamos ser ambiciosos, disso podem os adeptos ter a certeza, mas temos também de ser coerentes. E, para sermos coerentes, não podemos dizer que vamos recuperar já os 20 pontos de diferença para o FC Porto. Temos de dizer que a nossa intenção é apostar já para tentar alcançar os melhores resultados possíveis, reconhecendo que vamos partir em desvantagem em relação aos nossos rivais.

ACERTAR AO MÁXIMO NAS CONTRATAÇÕES

- Como pensa inverter esse quadro?

- Temos de trabalhar muito, acertar ao máximo na contratação de novos jogadores, procurar rentabilizar o plantel e, com paciência, pouco a pouco, cumprir etapas.

- Coerência, paciência e ambição, aspectos que tem focado como essenciais sempre que analisa este novo quadro profissional em que está apostado, são compatíveis no futebol?

- São compatíveis quando o processo é bem conduzido. O que é incompatível é falar sobre isso se não houver trabalho. Quando se trabalha, a equipa está mais apta e mais próxima de subir posições. Não conheço nenhum alpinista que inicie uma escalada pelo cume. Todos começam por baixo. Por isso, devemos ser prudentes.

- Mas, insisto, os adeptos querem títulos. Tem isso bem presente, calculo?

- Há consciência de que é necessário iniciar um trabalho de base. Isso é o fundamental para o Benfica, nesta fase. Se não pensarmos assim, será mais um retrocesso. Em todo o lado, os clubes passam por ciclos de menor projecção nacional e internacional, ciclos mais ou menos decadentes. Há que estancar esse ciclo. Não se pode baixar mais e há que criar condições para voltarmos ao topo. Este ano, vamos tentar, com todas as forças, chegar lá acima, ao mais alto possível. O adepto vai poder apreciar uma equipa que vive exclusivamente para o clube e para a sua profissão. Só assim vamos atingir o êxito, embora consciente de que a fronteira entre o êxito e o fracasso pode ser um ligeiro desequilíbrio, uma escorregadela na altura de rematar à baliza, como aconteceu com John Terry na final da Champions.

- Conseguiu já interiorizar a dimensão e a importância do Benfica em Portugal?

-O Benfica é muito grande. Todo o Mundo do futebol sabe que foi o clube de Eusébio, que conquistou duas Taças dos Campeões Europeus. Tem uma história riquíssima e mais de seis milhões de adeptos só em Portugal, sem esquecer a força junto dos emigrantes. Mas o que me preocupa é a actual realidade do Benfica. A afición está algo decepcionada e precisa, muito rapidamente, de ser estimulada e animada. Como? Terá de ser a equipa a estimular os adeptos, com bom futebol e vitórias, para que o estádio esteja sempre cheio. Esse é o meu compromisso. Uma equipa competitiva, que lute pela vitória em todos os jogos e em todos os estádios, que orgulhe o clube.

ACORDO MUITO FÁCIL COM RUI COSTA

- Foram complexas as negociações com o Benfica? O que atrasou o acordo: questões financeiras ou uma clara definição do projecto?

- Foi tudo muito simples. Para mim, a questão financeira nunca foi um problema. O fundamental são os projectos, os objectivos, uma clara definição daquilo de que o clube precisa e do que nós podemos oferecer. São as questões desportivas que me movem. Entusiasma-me o trabalho de campo, os treinos, ajudar a melhorar as capacidades e qualidades dos jogadores, recuperar terreno para os adversários. Sou um treinador do relvado e gosto desse meu trabalho.

- Acredita que pode conseguir, numa época, atingir todos esses objectivos e devolver o Benfica aos títulos?

- A única coisa que posso prometer é uma equipa competitiva. Em campo, os jogadores vão saber o que devem fazer, individual e colectivamente. Os adeptos podem esperar uma equipa bem armada, compacta e competitiva. Para isso, temos de ter muita atenção à qualidade dos jogadores a contratar. E há que melhorar os que já fazem parte do plantel. Temos, todos juntos, de acertar no perfil dos jogadores que podem proporcionar à equipa esse salto qualitativo.

«Vou apresentar cinco soluções para resolver cada problema»
Continuação da pág. 3
– Essa é também a tarefa e o principal desafio de Rui Costa, que abraça uma nova responsabilidade. Falaram sobre isso?

- Estou em total sintonia com Rui Costa, um jovem director desportivo que tem todas as condições para ser mais do que um símbolo do Benfica. Foi, sem dúvida, um dos melhores jogadores portugueses dos últimos 20 anos e tem uma coisa muito importante, que faz as pessoas grandes: é muito humilde. No campo, foi sublime, muito inteligente, e pode continuar a ser o mesmo nestas novas tarefas.

- O que mais o seduziu em Rui Costa?

- Muito inteligente, um profundo conhecimento de todos os aspectos do futebol moderno, muita experiência em grandes clubes e em Itália, está disponível para o diálogo, para a colaboração e para trabalhar em equipa. E isso é fundamental.

nÃO HÁ NOMES DE JOGADORES NO PAPEL

- Que dados já reuniu sobre o plantel? Há qualidade no Benfica?

- Conversei muito com Rui Costa, transmitiu-se a sua opinião, sempre muito profissional, agora falei com Camacho e tive oportunidade de ver cinco jogos. Todas as opiniões são positivas. Na próxima conversa, em Lisboa, com Rui Costa e o presidente, penso que posso transmitir ideias mais concretas sobre o que penso que seja o melhor para o clube. Agora, quando uma equipa fica a tantos pontos do FC Porto, naturalmente que há aspectos a melhorar. Mas, pelo que vi, há também jogadores que podem dar mais e que vão dar mais. Sobretudo os mais jovens e esse trabalho com os jovens é sempre um estímulo e uma ilusão para um treinador. Mas, para que o grupo seja forte e tenha corpo, será necessário incorporar alguns jogadores.

- É isso que os adeptos querem saber. Quais os jogadores que o Benfica deve contratar? Os nomes de Albelda, Carlos Martins, Yebda ou Caneira, por exemplo, estão nos seus planos?

- Não tenho o nome de nenhum jogador no papel. Nas conversas com Rui Costa não falámos sobre nenhum jogador em concreto. Primeiro, tenho que detectar os problemas, procurar as soluções e só a partir daí posso dar um nome a essas soluções. Aliás, para cada posição em que seja necessária uma solução, vou apresentar quatro ou cinco nomes e será sempre o clube a decidir, de acordo com as suas possibilidades económicas. A minha missão é dar nomes para solucionar o problema.

4x4x2 com máxima participação atacante

- E, pelo que já conhece do actual plantel, que modelo de jogo pode privilegiar? O 4x4x2 que utilizava no Getafe e também no Valência ou o 4x2x3x1 que também impôs na equipa che?

- Gosto desse sistema. Normalmente, não existe o sistema do treinador e o sistema do plantel. Há o treinador e o seu grupo que, em conjunto, analisam o que é melhor para a equipa. Mas sou defensor do 4x4x2, com dois jogadores bem definidos nos corredores e uma participação máxima de ataque, com dois avançados, com características de jogo diferentes e que possam complementar-se. Mas o jogo de ataque deve contar com a incorporação dos laterais, com equilíbrios... O que posso garantir é que os adeptos vão reconhecer no nosso jogo movimentos produzidos pelo nosso trabalho diário, nos treinos, o que acontecer em campo não será fruto de improvisações pontuais, mesmo que o futebol também seja o momento e a inspiração técnica de um ou outro jogador.

- O fascínio do futebol reside também na sua imprevisibilidade, num gesto técnico inesperado, por exemplo... Um golo de Maradona ou de Messi que não entram em nenhum guião. Haverá espaço para o improviso na sua equipa?

- Haverá sempre espaço para a criatividade. Mas é preciso ordem, organização, eficaz ocupação dos espaços e noção dos princípios de jogo. As minhas equipas gostam de ter a bola mas também sabem fazer rápidas transições. Fundamentalmente, defendo uma boa ocupação de todo o campo. A partir daí, são importantes as acções de apoio, de cobertura... Um jogador não deve correr mais do que o necessário e, sobretudo, deve correr bem. Deve dar sentido aos aspectos físico, técnico e táctico. E só com solidez defensiva podemos dar sentido ao nosso jogo atacante.

-Para finalizar, uma pequena provocação: aposta na vitória de Portugal no Campeonato da Europa que vai iniciar?

- Um Espanha-Portugal na final será fantástico. Portugal tem jogadores de elevado nível, falta saber como funcionará depois em bloco, como conjunto. A selecção de Espanha tem uma linha de criação e de ataque fantásticas. Com Iniesta, Cesc, Silva, Villa e Torres... Essa é a nossa fortaleza. Se conseguirmos, em termos defensivos, um forte bloco, acredito que podemos surpreender. Acredito em Sérgio Ramos para organizar lá atrás.. Penso que o ponto forte de Portugal é também a sua zona de criação e, nesse aspecto, os dois conjuntos estão bem servidos e podem surpreender no Campeonato da Europa.



More on Quique

«Não sou treinador de transição»
VALÊNCIA — A confirmação surgiu agora, sem margem para quaisquer dúvidas: Quique Flores foi a primeira opção do Benfica para suceder a José Antonio Camacho. Logo em Março, como a A BOLA noticiou na ocasião, o antigo treinador do Valência foi convidado a assumir os destinos do clube até ao final da presente temporada. Jogavam os encarnados em Getafe. Quique Flores declinou o convite e revela as razões: «Não me considero um treinador de transição. Nunca vivi essa situação e parecia-me pouco honesto da minha parte treinar um clube com a promessa de conseguir algo que não foi possível nas últimas épocas. Preferi esperar, sabia que a oportunidade de treinar o Benfica ou outro clube grande podia surgir. Não é o mesmo treinar uma equipa de emergência ou ter um período de preparação, de sintonia de ideias e poder desenvolver, de início, um trabalho coerente e metódico.»

Três adjuntos espanhóis confirmados na Luz
VALÊNCIA — Quique Sánchez Flores sabe que no futebol não há tempo, como expressou a A BOLA em Madrid, e que é preciso ir ganhando etapas. Ainda em Espanha, a nova equipa técnica do Benfica já entrou em campo, visionou as imagens de cinco jogos dos encarnados esta temporada, estando confirmados os ingressos na Luz de Fran Escribá (adjunto principal), Pako Ayestaran (preparador físico) e Emílio Alvarez (treino dos guarda-redes). Todos eles viajam, nas próximas horas, com Quique Flores para Lisboa. «É a minha equipa técnica. Em relação ao Valência, há uma alteração, com a incorporação do preparador físico Pako Ayestaran que estava no Liverpool. Formamos uma equipa muito sólida, cada um com os seus conhecimentos e experiências futebolísticas, com uma visão bastante panorâmica do jogo e do trabalho específico a desenvolver.»

O jogo é um momento muito especial

Fora dos relvados, longe do futebol, Quique Flores assume-se «muito calmo». E é assim também, confessa, nos momentos que antecedem os jogos, dos mais importantes aos amistosos. «Quando chegam os jogos sinto-me muito feliz. Há uma frase de um treinador que diz que a profissão de um treinador seria muito boa se tirássemos os domingos. Estou totalmente contra. Se passasse a semana a treinar para depois não jogar, seria o caos. Gosto da semana para treinar, para preparar a minha equipa, e do sábado ou domingo para a competição, para jogar. Digo aos jogadores: 'este é o vosso momento e tudo o que fizemos nos treinos é para colocar em campo'.»

Uma criança como nos bons filmes

Em casa, com os quatro filhos, ou com os amigos mais próximos, Quique Flores viaja no tempo. «Sou uma criança autêntica», revela, sem complexos. «Como no filme 'Big', com o Tom Hanks. Pareço um menino. Divirto-me com uma bola de futebol ou de basquetebol, na playstation, no ipod, no iphone, no computador, a ler... Gosto muito de desporto, cinema e música», confessa.

Família de bons artistas

O passado e o presente de Quique Flores é conhecido. Foi notícia mesmo antes de nascer. Filho de Isidro, antigo futebolista do Real Madrid, e de Cármen Flores, cantora venerada em Espanha e na América do Sul, sobrinho de Lola Flores, ícone da cultura espanhola já desaparecida, e afilhado de Di Stefano. «Faço parte de uma família de artistas, de cantores maravilhosos. A minha mãe, Cármen Flores, com 72 anos, passa seis meses por ano na Argentina em espectáculos. Vai parar este ano. É uma família das artes, do espectáculo, muito unida e muito humilde também. Sempre trabalhámos muito», destaca o jovem treinador, também ele um comunicador por excelência, qualidade que promete manter em Lisboa. Sobretudo para falar de futebol, a sua grande paixão. «Defendo o diálogo, a troca de ideias e estarei sempre disponível. Isso será bom para todos», assegura.

Tempo para estudar o futebol português
VALÊNCIA — Sem complexos, Quique Flores assume que, de momento, não é profundo o conhecimento que reúne sobre a realidade do futebol português. Um problema de afirmação internacional, também, um campeonato do segundo escalão europeu. Nada que o incomode. Para já, tem uma «imagem dos clubes, do Benfica, do FC Porto, do Sporting, da selecção portuguesa e do fenómeno Cristiano Ronaldo, claro.» O que será alterado muito rapidamente. «Sobre a Liga o meu conhecimento não é muito, confesso, mas isso não é problema. Sou um estudioso e terei muito tempo, até ao início do campeonato, para conhecer todas as equipas e os jogadores. E depois vou contar com a colaboração muito importante de Diamantino e Chalana, que sabem tudo sobre o futebol português e vão constituir um apoio fundamental ao meu trabalho.»

«Nível da arbitragem em Portugal é alto»
Distante de Valdano e próximo de Benitez e Mourinho, o novo treinador do Benfica surpreende
VALÊNCIA — Como se processou a transição de jogador para treinador?

- Com normalidade. Ainda como jogador do Valência, comecei por tirar o curso de treinador de jovens e regional. Mais tarde, tirei o de profissional. Quando terminei a carreira, a decisão não foi dramática e apostei nos estudos durante dois anos, valorizei-me. E iniciei a minha colaboração com os meios de Comunicação Social. Essa experiência foi fundamental para mim, ajudou-me muito a analisar o jogo e o fenómeno de uma forma diferente. Não queria ser, apenas, mais um comentador. Tentei ser diferente, eu mesmo.

- Talvez daí a comparação com Jorge Valdano, seu treinador no Real Madrid?

- Comparam-me com Jorge mas somos muito diferentes. A minha escola são os técnicos metódicos, preocupados com o futebol no campo, com as suas obrigações e exigências, estudiosos da sua equipa e do adversário. Encontro-me entre os metódicos.

- Mais na linha, então, de Rafa Benitez e José Mourinho?

- Sim. São treinadores que conseguiram construir grandes equipas e conseguiram impor o seu modelo de jogo. Aliás, quando defrontámos o Chelsea, na Champions, as palavras de Mourinho foram sempre muito elogiosas sobre o meu trabalho e da minha parte também. Em confronto estavam duas equipas de escolas muito parecidas e, como disse Mourinho, a eliminatória seria decidida no último minuto. Infelizmente para mim, ele foi mais feliz.

- Como pode ajudar a melhorar o espectáculo?

- É fundamental não perder tempo com questões sem importância.

- Em Portugal, de há muito a esta parte, os árbitros estão no centro do vulcão...

- Pelos jogos que já vi, o nível da arbitragem em Portugal é muito alto. São árbitros comunicativos, dialogantes, e isso é que interessa. Em Espanha, há um debate, errado em minha opinião, sobre o que é jogar bem ou jogar mal. No final, todos querem formar uma boa equipa e ganhar. Agora, jogar bem poucas equipas o conseguiram. Só o Villarreal e, em parte, o Real Madrid. Existiram, sim, bons blocos, como o do Almeria, o do Racing, em parte o do Atlético Madrid.

Provável

estágio

no estrangeiro

Prepara-se para voltar a Lisboa, já com os seus adjuntos, para planificar com Rui Costa a pré-temporada e avançar com o processo de contratações. Na agenda do treinador espanhol, também, uma visita guiada e pormenorizada ao centro de treinos do clube no Seixal. «Primeiro, temos de comprovar as condições do centro de estágio que, pelo que sei, está ao nível dos melhores da Europa», revela. «Depois temos que decidir se, nesta fase, em que é fundamental conhecermo-nos, não será mais proveitoso trabalhar noutro local, provavelmente no exterior.»

Transmitir

felicidade

aos adeptos

OEstádio da Luz terá tanto ou mais encanto com as bancadas lotadas. Quique Flores está ansioso por conhecer o Inferno da Luz. «Um treinador, tal como acontece com os jogadores, querem sempre apresentar-se nos melhores e maiores estádios do Mundo e a Luz está nesse lote. É um estádio impressionante. Uma das primeiras coisas que um jogador ou um treinador procuram num clube é o seu estádio. Não posso estar mais satisfeito. Pode proporcionar um ambiente muito inglês. Estou ansioso para ver a Luz com muito público. Disseram-me que é uma atmosfera maravilhosa. É nossa obrigação estimular os adeptos a aparecerem, torná-los mais felizes. É para isso que trabalhamos, para transmitir felicidade.»

Paulo Futre foi «grande»

Foram muitos os duelos com Paulo Futre. Quique Flores, antigo lateral-direito do Valência, Real Madrid e Saragoça, não esconde o fascínio pelo futebol da antiga estrela do Atlético de Madrid. No relvado nasceu uma boa amizade. «Encontrámo-nos há poucos dias, em Madrid. Além de uma grande pessoa, Paulo foi um grandíssimo futebolista, um dos melhores do Mundo. Tinha uma velocidade extraordinária com a bola nos pés. Joguei contra ele muita vezes», recorda. O mesmo se passa com Figo. «Ainda estava no Sporting, a despontar, e eu jogava no Real Madrid. Um jogador fantástico que marcou uma época no futebol espanhol e ganhou tudo o que havia para ganhar.»

1 comment:

Anonymous said...

Deseo suerte a Sánchez Flores, ahijado del gran Alfredo di Stéfano (La Saeta Rubia, A seta loira)

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